quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Rosa-dos-ventos

Que lugar é esse? Onde vim parar? Há dias que ando e não chego a lugar nenhum...
Por que essa bússola não para de rodar e indica uma direção? Quando acho que está parando lá vai ela rodar de novo!
Não acho leste ou oeste, aqui o sol não nasce nem se põe. Ele simplesmente surge e, se cansa de iluminar meu dia, puf! Onde foi?
A lua brilha, um belo brilho intenso. Ela parece estar muito próxima... Deve ser época de maré alta. Que saudades de nadar, ir até o segundo canal e lá parar , olhar para o céu e me esquecer de tudo... O mar deve estar agitado, bem provável estar um mar de ressaca... Loucura mergulhar em tais condições... Mas que seria uma aventura e tanto, seria...
As estrelas também são mais bem vistas por aqui. Estranho, lá está a Ursa Maior, do outro lado o Cinturão de Órion. Como é possível ver tantas constelações daqui? Lugar mais esquisito esse...
Não tenho ideia de onde está o sul, muito menos o norte. Sem direção, sem sentido, nada que me ajude, que me guie.
Melhor parar um pouco e ver se algo de diferente acontece. Uma sonolência mais forte, um cansaço, um abatimento. Não há nada lá fora, não me acho lá fora.
Pensamentos diversos passam pela minha cabeça, meus olhos passam a observar meu interior. Vasculham cada canto escondido de minh'alma.
E eis que os pensamentos cessam. Acordo repentinamente e olho em volta. Ainda estou no mesmo lugar. Sinto que há algo diferente. A bússola parou apontando em minha direção. Levanto-me e começo a mudar de direção, mas a seta me segue.
Subitamente percebo que eu era minha própria guia. O que há externamente não ajuda, não tem importância alguma. Todas as respostas que preciso estão dentro de mim, não fora.