domingo, 20 de maio de 2012

Lembranças materializadas



Remexendo minhas caixas num sábado desses percebi quantas coisas guardei ao longo desses anos. Mais ainda, percebi quantas memórias podem ser guardadas através de objetos. Cartas, cartões, etiquetas, pacotes de presente...
As cartas do primário, aquelas dos colegas e também a da professora de Português da 2ª série! E as que recebi durante as semanas da correspondência que tive ao longo dos 5 anos em que estive no colégio e no cursinho, como esquecer? Ahhh, mas o destaque maior está naquelas cartas trocadas durante as férias de julho de 2005, quando a única pessoa com quem me sentia a vontade para conversar sobre os meus sentimentos, tão turbulentos naquela época - não que muita coisa tenha mudado, continuo uma perdida sentimental - estava longe.
A parte dos cartões não é tão rica, porém é de grande importância. São cartões dados por amigos, família e uma pessoa que um dia eu pensei que amava. Todos trazem consigo uma boa lembrança.
O papel de presente, não um, O papel de presente. Dentre todos que estão lá, o mais bonito, o mais querido. Rosa, com lindas rosas na cor rosa e um belo laço cor de rosa. Nele veio meu primeiro e único presente de Natal de uma pessoa amada, não alguém da família, mas alguém que conheci por acaso e passei a amar apesar dos defeitos. Ele sim posso dizer com certeza que amei. Amava cada gesto seu, a forma como me fazia rir e como parecia se preocupar comigo.
Logo em seguida, uma vela da Hello Kitty, a vela dos meus 18 anos. Sim, 18 anos, porque eu acredito que envelhecer não significa mudar seus gostos, mas aprender a lidar com os problemas sem esquecer de quem você foi.
Agora, o mais especial. A caneta. Para qualquer um ela seria uma caneta normal, digna de ir para o lixo - sem tinta, suja, brinde de algum banco -, só que não para mim. A caneta foi o último presente que recebi de meu avô, aquele com quem não conversava muito e mesmo assim não aguentava de saudades se ficasse mais de uma semana sem ver; aquele que me dava doces sorrateiramente quando ia me despedir; aquele pra quem eu era a menina-dos-olhos. O meu vovô lindo que sempre vai estar junto comigo.
No fim, são só objetos sem sentido pra qualquer um. Qualquer um, menos eu. Pra mim, tais objetos são parte de mim, da minha história.

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