quarta-feira, 19 de agosto de 2009

14 e 15.09.08


Estações do ano. Uma seqüência de mudanças, renovações, inícios e términos.
Primeiro, a bela primavera, perfumada e colorida. Que bom se todas as árvores permanecessem assim. Mas é inevitável a chegada do verão, que traz consigo lindos dias ensolarados e chuvas torrenciais. Logo em seguida vem o outono, e as árvores vão perdendo suas folhas, secando. Por fim, o frio inverno, solitário, nostálgico, época em que as árvores pouco se assemelham ao que foram durante a primavera.
Algumas árvores se fortalecem com as chuvas de verão e conseguem chegar ao inverno com ânimo e vontade, lembrando dos dias bons pelos quais passaram. Ao lembrar dos ruins, fazem-no de maneira a lembrar da força obtida com as intempéries.
Porém, existem as que preferem parar e esperar a chuva passar. Quando isto acontece, ela continua sua vida como antes, porém sem fortalecimento para as próximas e talvez piores chuvas.
Quem nunca viu uma forte árvore seca, ou uma frágil árvore florida?
Um cacto, com seus espinhos e seu grosso caule, áspero e seco, é pouco convidativo aos olhos, mas por dentro encontra-se uma grande reserva que o mantém vivo. Sua aparência rude não faz jus à sua complexidade interna; a cada seca essa planta fica mais forte e sabe o valor de uma garoa que seja graças às longas estiagens pelas quais passou.
Já a frágil orquídea, tão linda e rara, foge da chuva, esconde-se em meio aos galhos de outras árvores. Não sabe o verdadeiro sabor dos raios do sol nas folhas após uma tempestade, o prazer em manter-se viva com o próprio esforço e na companhia de outras plantas.
Há plantas que dependem parcialmente de outras, há as que o fazem totalmente, mas não há as que não dividem o espaço com outras, vivendo em mútua cooperação e harmonia.
Pessoas são árvores passando pelas diversas estações da vida, cada uma a sua maneira.
Espécimes semelhantes e ao mesmo tempo diferentes, os seres humanos têm o privilégio de escolher o que desejam ser. O verdadeiro eu é o que há dentro de cada um, assim como nas plantas. A essência do homem é como a seiva de uma árvore, seus mecanismos de defesa e sobrevivência. Cabe a cada um decidir como mostrar sua essência e aprender com as chuvas e secas, ser um cacto ou uma orquídea.

Um comentário:

Lorenzo Tozzi Evola disse...

se somos planta, somos carnívora.